Nasci no asfalto, ao meu redor imensos prédios, no céu o
constante azul acinzentado. Ao crescer meus passos diários encontravam beleza,
me alegrava em avistar entre os gigantes de concreto uma praça com árvores
estrategicamente plantadas. Ir e vir esmagada em ônibus pouco ventilados,
percursos de horas presa no trânsito eram apenas um incomodo necessário para
usufruir das maravilhas da minha cidade natal.
Então a vida me carregou para longe. E no interior, rodeada
por árvores a perder de vista, por céus com tantas estrelas que nunca imaginei
poderem ser vistas. Descobri que o cinza poluído da cidade não era o paraíso,
que perder horas no trânsito não era uma condição para se viver.
Nasci no asfalto e por ter nascido ali, pensei que ali fosse
o paraíso. Mas descobri haver muitas outras possibilidades mais belas. E agora
quando volto para minha cidade natal nada mais parece estar certo.
E para vocês onde é o paraíso?
Beijinhos, S. G. Conzatti
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